Tenho uma gata chamada Nia. Adoptei-a há pouco tempo, depois de ter ido a uma instituição de ajuda animal. Qual é a história do meu belo animal? É triste…muito triste…
A minha bichana teve um passado manhoso. Vivia pelas ruas de Amsterdão e sustentava-se a praticar a mais velha profissão do mundo. Não…a minha gata não era mensageira do rei, mas sim prostiputa. Passeava-se pelas ruas da Holanda e deixava sempre muito charme, entrasse ela num coffee shop, num autocarro ou num clube de strip. Era uma autêntica gata de luxo e principal atracção para os gatos daquela cidade. Onde se falasse da Nia ficava logo tudo à escuta. De dia uma gata charmosa, à noite uma autêntica maluca. Como diz o Marco Paulo “uma lady na mesa, uma louca na cama”. Sim…falei do Marco Paulo.
Uma certa noite, enquanto fumava numa esquina, a Nia foi abordada por um gato holandês de nome Marcus Van Catten.
- Então Nia tá tudo? Então…vamos para o meu apartamento chutar um cavalo, snifar uma coca e fazer maluquices?
- Ok…mas isso tem um preço. Sabes que a vida está complicada e agora as coisas estão mais caras…
- Cinco espinhas de carapau?
- Seis.
- Ok fofa…vamos miar.
E assim foi. Depois de uma noite de muita farra, lá se foi embora do apartamento do Catten a minha gatinha, com as 6 espinhas de carapau, contente da vida. O pior veio depois. A Nia apanhou a Sida. Ainda hoje, não me sabe dizer se foi por causa das seringas ou por não terem usado aquela coisa que se bota no pirilau. A Nia facilitou e nunca mais será a mesma.
O que vale é que, ao longo deste tempo, tem tido a ajuda de muita gente. Seja nos jornais, na televisão ou até no talho do senhor José, só se fala na Sida da Nia. É Sida da Nia para aqui, para ali e para acolá. E isso deixa a minha gatinha muito contente. Até o Manuel Alegre criou um movimento para ajudar a minha gata. E ela mia de felicidade…
Eu é que não facilito. Quando a adoptei disse-lhe logo:
- Ó Nia vou-te adoptar, senão estás lixada! Mas olha…nada de sexo. Quanto às seringas tu usas as tuas e eu as minhas…não quero confusões!
- Ó tá bem, fogo! Já não se pode ter a Sida, fogo! Ó pas...
E assim foi. Nunca fiz amor com a minha gata, também não podia porque é impossível. Só gosto à canzana e no máximo o que podia fazer com a minha Nia era à gatana (mas isso ia deixá-la muito assanhada).
O drama da Nia tem-se divulgado por tudo o Mundo. É ver os líderes mundiais a falarem da Sida da Nia, seja em canal nacional, internacional ou da Mancha. Até o papa Bento tem falado na Sida da Nia. É uma história que comove muita gente, aliás, só de estar a contar isto, já tenho uma lágrima no canto do olho (tal como o Bonga) e já fiz um bocadinho de chichi (mas isso foi por ter bebido muito Bongo).
A Sida da Nia tem sido um tema da actualidade. Porquê tanta preocupação por uma simples gata? É fácil de entender. A Nia é uma emigrante e, tanto no seu país como no estrangeiro, tem de ser tratada de forma igual. Outra questão é o facto de a partilha de seringas ser um dos ideais da Igreja. Não foi Cristo que falou em partilhar tudo? Com as seringas deve ser igual. E o preservativo? Não é o senhor Bento que defende a não utilização da…carapuça? Ora bem, a Nia apanhou a Sida porque se limitou a seguir as instruções do Vaticano (e não estou a falar da disco de Barcelos).
Como muitos dos líderes são católicos, os movimentos multiplicam-se mundo fora. Só os ingleses é que não ligam a isso porque são protestantes. Ah…e a Sida não existe na Inglaterra. Lá só há a Aids. Os bifes gostam de se armar. Misturam as letras todas só para não serem iguais a nós. E depois ninguém os ouve a falar em movimentos da Aids da Nia. São egoístas, só querem saber da Maddie…porra!
- Ó Nia traz-me uma cerveja e senta-te aqui! O Sócrates vai começar a falar de ti!
A minha Nia…é tão bom tê-la com Sida!
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