Bolachinha (virgem) Maria

Estive de férias. Por isso, não escrevo aqui há algum tempo. Mas também não faz mal, ninguém lê as minhas obras de arte. Às vezes fico triste e choro, outras vezes não. Depende. Se for a um funeral choro, se for a um jogo da bola rio-me. As férias foram uma coisa gira. Apanhei com solinho no lombo, bebi umas bebidas às cores e dei umas assobiadelas a umas meninas (e elas riam-se para mim). Este ano, estive em Inglaterra. Fica no sul de Portugal. Pensava que era mais longe, mas não. É logo a seguir ao Alentejo. Também pensava que era frio mas também me enganei. Na Inglaterra há praia, muito sol, bebidas às cores, ingleses, ruas bonitas, meninos e meninas, palhaços, anões e o Zoomarine. A águazinha da praia também é um regalo. É salgadinha como o amendoim. Gosto muito de amendoim e caju, mas prefiro bolachinhas de água e sal.

Não gosto das Maria, porque estão ligadas à Igreja.

Quando a Virgem Maria apareceu aos três bonequi…pastorinhos, contou-lhes (não um, nem dois, nem três, mas sim…) cinco segredos. Pois é!

Depois de ter contado aqueles segredos que toda a gente sabe, contou mais umas coisas.

A Virgem Maria disse:

- Ó miúdos querem outro segredo assim daqueles à maneira? Assim um daqueles a rebintar mesmo?

A criançada respondeu:

- Diz aí as cenas todas sua grande maluca! Se não contares tudo, vamos dizer a São José que andaste aí a dar o mico ao Judas, que ainda por cima é amigo do teu filho! Chiba-te toda, senão lixamos-te!

A Virgem Maria começou a explicar:

- Ora bem… Daqui a uns anos vai ser inventada a bolacha Maria. Vai ser uma bolacha com muito sucesso e que vai poder ser comida de várias formas. Normal, com manteiguinha fresquinha, com queijinho no meio (tipo sanduíche), com geleia, de manhã, à tarde, durante a ceia… Há uma forma que é a melhor, não contem a ninguém! É molhada no leite quentinho…para ficar molezinha e esfarelar-se no próprio leite. Não contem isso às pessoas senão fecho-vos num convento!

E foi assim. Por isso é que só gosto das outras bolachas. As de água e sal são purinhas, sem a Igreja lá pelo meio.

A Virgem Maria contou outro segredo. Não devia revelá-lo mas vou chibar-me todo.

O segredo é: a guerra de Israel vai terminar, um dia destes. Não espalhem muito.

Bem, vou comer tremoço e ver a bola.

(novo texto para breve, “um dia destes”)